5 de jan. de 2014

Bogotá proíbe definitivamente veículos com tração animal


Após uma batalha legal de mais de dois anos, os últimos 90 cavalos e burros explorados em veículos de tração foram entregues para as autoridades de Bogotá, na Colômbia. A partir do primeiro dia de Janeiro, os animais encontrados nesta situação serão resgatados de seus tutores, segundo informação dada pela prefeitura. As informações são do El Mundo.

A Secretaria de Mobilidade Distrital informou que a entrega dos animais aconteceu no fim da semana passada, na Universidade de Ciências Aplicadas e Ambientais (UDCA), entidade encarregada de cuidá-los após serem resgatados.

Um decreto de 2010 fixada o dia 31 de janeiro de 2012 como o limite para os grandes municípios colombianos buscarem alternativas ao uso de carretas sob exploração animal, para acabar com esta característica anacrônica do meio urbano, que é o abuso animal para meios de transporte. Entretanto, a capital do país demorou cerca de dois anos para implementar a norma.

Em pleno século XXI, Bogotá, cidade com oito milhões de habitantes, com um aumento crescente de veículos motorizados e sob um processo de modernização, era uma das últimas capitais latino-americanas onde a convivência entre veículos motorizados e de tração animal era comum.
Há dois anos, 2500 carroças circulavam diariamente pela cidade, segundo o censo da Prefeitura, dedicadas à transportar seus tutores e carregar cargas para reciclagem, comumente.

Atualmente, há menos de uma semana da norma entrar em vigor, os últimos carroceiros entraram no programa da Prefeitura para substituírem seus animais por veículos motorizados, e entregá-los a órgãos responsáveis pelos cuidados até o fim de suas vidas. O plano de negócios para a troca dos animais é de cerca de 21 mil reais.

Os tutores que não se adequarem à norma receberão multas além de terem os animais retirados de sua guarda.

Os cavalos explorados em veículos de tração são obrigados a trabalhar sem períodos de descanso ao longo do dia por meio de instrumentos de tortura, como chicotes e pedaços de pau, que são usados cada vez que o cavalo interrompe seu trajeto por já estar exausto, ou simplesmente quando não obedece as ordens de seu tutor.
Pelo trabalho pesado e ininterrupto, estes animais estão fadados a sofrer de desnutrição, desidratação, doenças pulmonares (devido à fumaça proveniente de automóveis que respiram), doenças de pele, ferimentos espalhados por cada canto do corpo que recebeu os golpes de chicote ou do pedaço de pau, além do desgaste dos cascos devido ao atrito com o asfalto.

Não há justificativa ética nenhuma para a exploração destes animais e o próprio projeto prevê a reinclusão dos carroceiros no mercado de trabalho e na sociedade, com novas qualificações que garantirão seu sustento de forma digna e sem crueldade.

Do ponto de vista econômico, o Cavalo de Lata é uma solução que se encaixa perfeitamente no lugar do abuso desumano cometido pelos carroceiros. Se trata de um veículo elétrico, que é carregado com energia solar, portanto, não emiti resíduos tóxicos para a atmosfera terrestre, tem 60 km de autonomia e exige um gasto médio somente de R$ 0,02 a R$ 0,05 por quilômetro percorrido.

Em relação ao trânsito, não é seguro para um animal percorrer ruas movimentadas ao lado de carros, caminhões e motocicletas em alta velocidade. Com a proibição de veículos com tração animal, além da própria segurança do cavalo que seria utilizado, também se preza pela segurança das pessoas, já que se evita qualquer tipo de acidente – muitas vezes fatal – com carroças e charretes.


FONTE :  ANDA

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