Estudos realizados por cientistas Ingleses, afirmam: sim, os peixes sofrem.
O sistema nervoso dos peixes
O sistema nervoso dos peixes é complexo e sofisticado. A maioria possui
um sentido da visão muito desenvolvido, podendo distinguir cores e
comprimentos de onda, desde o infravermelho ao ultravioleta. Contudo,
esta capacidade vai diminuindo conforme aumenta a profundidade, em
virtude da luz insuficiente. O olfato está também muito desenvolvido em
algumas espécies.
Os salmões e outros peixes migradores apresentam o
fenômeno “homing”, ou seja, voltam sempre ao rio onde nasceram para se
reproduzirem.
Está cientificamente provado que estas espécies
“memorizam” o odor da água do rio onde nasceram, para um dia poderem
voltar. Em muitas espécies, as papilas gustativas não se limitam à
cavidade bucal, estão também em outras partes do corpo. Os ouvidos, além
de permitirem a percepção de sons, funcionam também como órgãos do
equilíbrio. Os peixes têm sistemas organizados de comunicação entre si.
Emitem substâncias de alarme em presença de predadores, induzindo a
formação de cardumes para confundir os atacantes, ou permitindo a fuga
de outros indivíduos da sua espécie. Na altura da reprodução parece
haver também comunicação química. Supõe-se que as hormonas libertadas
pelos machos induzam a ovulação das fêmeas. Estes animais desenvolveram
também receptores químicos ao longo do seu organismo, que lhes permitem
detectar as mudanças de corrente da água e as mais delicadas vibrações,
indiciadoras da aproximação de predadores.
Eles sofrem?
Estudos realizados por cientistas Ingleses, afirmam: sim, os peixes sofrem.
Enquanto criaturas do reino animal, dotadas de um sistema nervoso central, os peixes possuem um sistema de dor que é anatômica, fisiológica e biologicamente semelhante ao das aves e outros animais.
Os peixes reagem a sensações de dor e de prazer e, na verdade, partilham até semelhanças com o sistema nervoso dos seres humanos, já que algumas espécies possuem neurotransmissores como as endorfinas, que induzem a sensação de bem-estar e de alívio da dor.
Logicamente, se os seus sistemas nervosos produzem analgésicos naturais, é porque estão pré-determinados para sentirem dor.
Os referidos estudos constatam que a morte por laceração dos tecidos, sangramento e asfixia (que caracterizam a pesca) é extremamente cruel, porque fonte de grande sofrimento para estes animais, não só físico, mas também psicológico.
Ao reagirem à dor, os peixes sentem também estresse emocional e apresentam uma série de espasmos e movimentos de contorção muito semelhantes ao comportamento dos vertebrados superiores, como os mamíferos, em iguais circunstâncias.
E embora inaudíveis para os seres humanos, alguns peixes emitem sons para exprimir a sua agonia, conforme concluem pesquisas conduzidas por várias universidades dos Estados Unidos.
Sabe-se hoje que os peixes são animais inteligentes e que algumas espécies apresentam fenómenos interessantes ao nível da memória, da capacidade de aprendizagem e até da antecipação do sofrimento.
Com efeito, alguns dos estudos feitos constataram que os peixes, não só emitiam uma espécie de grunhido ao serem submetidos a choques elétricos, como grunhiam à simples visão do elétrodo, numa clara antecipação do sofrimento que dessa forma lhes ia ser infligido.
O peixe na alimentação humana
Desde tempos imemoriais os peixes têm sido uma fonte de alimentação para
muitas comunidades humanas, para além de símbolo de abundância e
equilíbrio dos recursos hídricos. Nas últimas décadas, fruto da escalada
das doenças cardiovasculares e de vários tipos de cancro associados a
dietas muito ricas em proteína animal e gordura saturada, o peixe tem
sido até preferido à carne como fonte de proteína e gordura de melhor
qualidade, para além de ácidos gordos essenciais ômega 3. No entanto, o
peixe, e crustáceos e moluscos em geral, são também, pelas suas
características, propensos a uma rápida deterioração mal são pescados.
Para além disso, são particularmente sensíveis a parasitas e a
contaminações por toxinas, resíduos de esgotos industriais, derrames de
petróleo, contaminação radioactiva proveniente das centrais nucleares,
poluição por metais pesados como o mercúrio, chumbo, cobre e cádmio,
resíduos de navios abatidos, etc. Se de alguma forma a cozedura pode
neutralizar uma pequena parte dos agentes patogénicos (por ex.; os
parasitas), há formas de preparação e consumo que se têm popularizado
nos últimos anos (como o sushi e o sashimi, especialidades Japonesas em
que o peixe é servido cru) e que se têm revelado particularmente
perigosas para a saúde pública.
O (des)equilíbrio ambiental
A evolução das condições de vida tem, infelizmente sido acompanhada de
fenômenos preocupantes como o aquecimento global do planeta, a poluição e
a destruição progressiva dos habitats naturais, para servir os grandes
interesses econômicos e as necessidades crescentes do mercado. Como
consequência disso, graves desequilíbrios ambientais estão hoje
instalados e a biodiversidade ameaçada. Muitas espécies estão à beira da
extinção e a vida marinha não é excepção - veja-se o caso do bacalhau,
pescado até à exaustão nos mares do Norte, sem que políticas de uma
exploração sustentável tenham sido devidamente implementadas.
Que alternativas éticas, ambientais e de saúde?
Por todas estas razões (o sofrimento dos animais, a defesa dos valores
ecológicos e a saúde), um número cada vez maior de consumidores opta por
não consumir peixe e outros “frutos do mar”, mau grado alguma campanha
de desinformação existente sobre as alegadas (e insubstituíveis)
virtudes para a saúde do seu consumo. Alimentos como as nozes, o tofu,
as sementes de linhaça, as algas, os óleos de soja, linhaça e canola,
são igualmente boas fontes de ácidos gordos essenciais ómega 3, devendo
haver o cuidado de equilibrar a sua ingestão com a dos ácidos gordos
essenciais ómega 6 - facilmente obtidos através de outros frutos secos
como as amêndoas, vegetais (abacate, espinafres, ervilhas…), óleo de
girassol, milho e azeite. As sementes de cânhamo são dos poucos
alimentos que contêm um bom equilíbrio entre Ómega 3 e Ómega 6. Os
ácidos gordos essenciais ajudam a reduzir os danos vasculares, os níveis
de triglicerídeos, de LDL (o mau colesterol) e do colesterol total,
protegem o sistema imunitário, entre outros benefícios.
Fonte:
Centro Vegetariano
Leia também :
Peixes Sentem Dor - Vista-se
Cientistas dizem que os peixes sentem dor
Obs: O artigo foi escrito originalmente em Português de Portugal.
Fiz uma revisão e algumas alterações para o português brasileiro, porém pode ter escapado algo.